A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quarta e quinta-feira (26 e 27), a Operação Última Aposta, para desarticular um grupo responsável pela exploração ilegal de loterias que se faziam passar pelos jogos da Caixa Econômica Federal.
A ação resultou no cumprimento de nove mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de contas e do sequestro de imóveis, totalizando R$ 107 milhões em medidas patrimoniais. Conforme publicado pelo site do governo federal, as ordens judiciais foram expedidas pela 22ª Vara Federal de Porto Alegre (RS).
Os mandados foram cumpridos em São Paulo (SP), Vinhedo (SP), Barueri (SP), Salvador (BA), Lauro de Freitas (BA) e Belo Horizonte (MG), abrangendo diferentes bases operacionais do grupo investigado.
De acordo com o inquérito, o esquema mantinha um site que simulava o ambiente oficial de apostas da Caixa, permitindo apostas virtuais que não eram registradas nos sistemas oficiais. Os apostadores acreditavam estar participando das loterias reais, mas o dinheiro não era direcionado para a formalização dos jogos.
Além disso, o site cobrava valores superiores aos definidos pela Caixa, alegando oferecer supostas “alternativas estatísticas” que aumentariam as chances de premiação.
A investigação também identificou que o grupo utilizava empresas alvos da Operação Harvest, deflagrada em março de 2023, para lavar dinheiro proveniente das apostas ilegais. O esquema envolvia a criação de contratos de câmbio fraudulentos com o objetivo de enviar recursos ao exterior e ocultar a origem e os verdadeiros beneficiários dos valores movimentados.
Os crimes investigados incluem manutenção de instituição financeira paralela, pirâmide financeira, lavagem de dinheiro e fraudes cambiais.
A Operação Última Aposta é fruto de uma ação conjunta entre a Delegacia da Polícia Federal em Santana do Livramento (RS) e o Grupo de Investigação para Repressão à Lavagem de Dinheiro e Crimes Financeiros (LAFIN/RS).