A GambleAware lançou um novo conjunto de ferramentas e um relatório detalhado que reforçam como pessoas neurodivergentes, incluindo indivíduos com transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e autismo, podem estar mais expostas a riscos associados ao jogo.
A iniciativa busca apoiar profissionais que lidam com esse público, oferecendo materiais práticos para aprimorar o atendimento e adaptar o suporte às suas necessidades específicas.
De acordo com a organização britânica, características comuns entre pessoas neurodivergentes, como impulsividade, hiperfoco, maior sensibilidade sensorial, dificuldades sociais e forte necessidade de rotina, podem contribuir para comportamentos de risco no jogo. O estudo também mostra que muitos recorrem ao jogo como mecanismo de escape ou de regulação emocional, aumentando as chances de desenvolver danos significativos.
O relatório aponta ainda obstáculos importantes na busca por tratamento: além de desconhecerem serviços especializados, muitos neurodivergentes evitam procurar ajuda por medo de estigma e julgamento. A GambleAware destaca que essa combinação — maior vulnerabilidade e menos acesso a suporte adequado — torna essencial a criação de abordagens inclusivas.
Os novos recursos incluem treinamentos, guias, ferramentas de apoio e estudos de caso elaborados pela IFF Research e pela Ara Recovery for All. Desenvolvidos com base em uma pesquisa conduzida em parceria com acadêmicos da Universidade de Bristol, os materiais reúnem evidências, experiências reais e orientações clínicas para ajudar terapeutas e profissionais a adaptar comunicação, ambiente e métodos de atendimento.
Entre os princípios destacados no relatório estão: compreender diferentes formas de comunicação, garantir clareza nas informações, oferecer apoio que preserve autonomia, considerar necessidades sensoriais no ambiente de atendimento, estimular o uso de redes de apoio e capacitar equipes em aspectos de neurodiversidade.
A CEO da GambleAware, Anna Hargrave, afirmou que a iniciativa supre uma lacuna no entendimento da relação entre neurodivergência e danos relacionados ao jogo. Segundo ela, tratamentos personalizados e ambientes acolhedores são fundamentais para melhorar o acesso e a eficácia do suporte oferecido a esse público.
O relatório está disponível neste link, ao passo que as ferramentas podem ser conferidas aqui.