MAIS DE 300 EXECUTIVOS PRESENTES

Academia GAT Expo CDMX 2025: regulamentação, inovação e unidade regional marcaram a agenda do setor na América Latina

28-08-2025
Tempo de leitura 4:54 min

A indústria do jogo latino-americana teve ontem, 27 de agosto, um novo encontro, quando a Academia GAT CDMX se tornou ponto de encontro na feira GAT Expo CDMX, na Cidade do México.

No Centro de Convenções Expo Santa Fe, de acordo com dados oficiais, mais de 300 pessoas participaram de um intenso dia de discussões que reuniu autoridades, reguladores, operadores, fabricantes, fornecedores e associações de todo o continente, em um espaço de debate e formação que consolidou o México como centro da discussão sobre o futuro do setor.

O evento começou pouco depois das 9h com as boas-vindas de referências importantes da indústria. Tomaram a palavra Miguel Ángel Ochoa, presidente da AIEJA; Óscar Paredes Arroyo, presidente do Conselho Diretivo da AIEJA; Marco Emilio Hincapié, presidente da Coljuegos (Colômbia); Felipe Vallejo, titular da Associação Fintech México e CEO da Bitso México; e José Aníbal Aguirre, CEO da GAT Expo e organizador da Academia.

Desde o início, o auditório lotado deu o tom de um dia que equilibrou visão estratégica e diagnóstico crítico sobre os principais desafios da indústria no México e na América Latina.

O primeiro painel girou em torno do presente e do futuro do mercado mexicano. Moderado por Karen Sierra Hughes, vice-presidente da GLI para a América Latina, Caribe e Espanha, o debate contou com a participação de Alfredo Lazcano, advogado especializado em jogos e fintech, e David Sides, diretor do Logrand Entertainment Group. Ambos concordaram que o México enfrenta um momento crucial, no qual convergem expectativas de crescimento com urgências regulatórias que ainda limitam o potencial do mercado.

Em seguida, outro painel se concentrou na atualização da Lei de Jogos e Sorteios, um tema que reapareceu como eixo recorrente ao longo de todo o dia.

Moderado por Rosa Ochoa, diretora da SCCG Management LATAM, e com as intervenções de Óscar Paredes Arroyo e Carlos Portilla (PR&A), o debate deixou clara a necessidade de uma reforma profunda.

Os especialistas destacaram que a norma vigente, promulgada em 1947, “está completamente desatualizada”, o que complica a atuação das empresas legais e dificulta o controle do jogo ilegal e o combate à lavagem de dinheiro.

A batalha dos fabricantes para abastecer um mercado virtualmente fechado

O segmento seguinte foi dedicado ao fornecimento de equipamentos para cassinos. Na palestra “Importação de máquinas, desafios na distribuição e comercialização no México”, moderada por José Luis Álvarez (PR&A), participaram Iraid Rosales, Country Manager da Amusnet México; Enrique Manjarrez, da Novomatic México; Luis Casamayor, Diretor Geral da FBM México; Alonso Ramírez, Lawyer Consulting; e Gerardo De La Torre, Consultor Aduaneiro.

Os participantes concordaram que o país atravessa um cenário crítico em termos alfandegários, com um fechamento virtual das importações de equipamentos de jogos.

Como exemplo, eles lembraram que em outubro de 2024 foi aberta a última janela para a entrada de máquinas e que, atualmente, a situação política torna “quase impossível” renovar a oferta nas salas.

“Somos obrigados a ser criativos e estamos vivendo uma espécie de segunda pandemia, pois não podemos oferecer ao operador o serviço necessário. Alguns de nós tínhamos algum estoque ao qual poderíamos recorrer diante do fechamento das importações e fomos criativos na adaptação de equipamentos, modificação de software e invenção de opções que nos permitissem responder a um cliente que exige novidades e que está cada vez mais difícil de atender”, explicou Enrique Manjarrez, da Novomatic México.

“Hoje não temos resposta das autoridades nem podemos dar aos nossos clientes atuais e potenciais um prazo de resposta com equipamentos de jogo no mercado. Realmente esperamos que essa solução chegue a curto prazo, porque a situação é muito negativa para nossa indústria”, acrescentou Iraid Rosales, da Amusnet México.

“A curto prazo, a única solução é montar no México. Não há uma data definida para encontrar uma solução e estamos diante de um ciclo natural de renovação de produtos. Estamos em um ponto em que os cassinos demandam, como empresa temos que atender a essa demanda e a única opção que vejo é fabricar localmente”, concluiu Luis Casamayor, da FBM.

Marketing de afiliados e inovação em jogos online

A segunda parte do evento girou em torno do ecossistema digital. Joaquín Gago, CEO da Betandeal, abriu o bloco com uma apresentação sobre marketing de afiliados e como esse modelo pode capitalizar a atenção do público em torno da Copa do Mundo de Futebol de 2026.

Em seguida, foi realizado o painel “O que há de mais recente em inovação: jogos online, igaming e apostas esportivas”, moderado por Víctor Arias, vice-presidente para a América Latina da Arrise powering Pragmatic Play. Ele foi acompanhado por Germán Sarmiento (Betcris México), Luis Caro (Luckia México), Enrique Romero (Golden Lion), Eduardo Villegas (Playdoit) e Jorge Rojas (Prometeo IT).

Os especialistas analisaram o papel crescente da inteligência artificial na indústria, tanto para o design de novos produtos quanto para a interpretação do comportamento do cliente. A omnicanalidade, a experiência do usuário e a importância de integrar as apostas online com as operações físicas foram outros dos temas centrais.

Além do mercado mexicano

O caráter regional da Academia GAT ficou demonstrado com painéis que transcenderam a realidade mexicana.

Um dos mais destacados foi “Experiências regulatórias na América do Sul: combate ao jogo ilegal”, com a participação de Miguel Ángel Ochoa (AIEJA), Marco Emilio Hincapié (Coljuegos), Luis Gama (Gaming Consultores, Uruguai), Javier Balbuena (Gaming Consultores, Paraguai) e José Casapía (SONAJA, Peru).

Os palestrantes compartilharam estratégias regulatórias aplicadas em seus países para combater o jogo ilegal, com especial atenção à fiscalização de operações digitais, organização institucional e cooperação transfronteiriça.

Outro espaço relevante foi a palestra sobre “Pagamentos, Contas e Créditos na Indústria do Jogo”, ministrada por Alex Herrera (Klu), Alan Parra (AIEJA Online), Alberto Djemal (Klu Tech) e Fabián Ferrari (ex-Getnet Santander).

A palestra aprofundou os obstáculos financeiros que a indústria enfrenta na América Latina, desde a restrição bancária para abrir contas até a crescente importância das fintechs e dos pagamentos em criptomoedas, como resposta à demonização histórica do setor.

Por fim, Daniel Arias, diretor da Amusnet para a Colômbia, América Central e Caribe, apresentou a conferência sobre “OKRs – Objetivos e Resultados Chave aplicados ao setor de jogos de azar”, introduzindo uma metodologia de gestão estratégica pouco comum no setor.

Confirmada a união de associações da América Latina

O encerramento da Academia GAT teve um tom histórico, com a “Cúpula Latino-Americana de Associações de Jogos”, liderada por Evert Montero, presidente da FECOLJUEGOS Colômbia. Participaram também Miguel Ángel Ochoa (AIEJA), Lorena Rojas (APOJA, Paraguai), Fernando Calderón (SONAJA, Peru), Elizabeth Maya Cano (CORNAZAR, Colômbia), David Moniz (Associação Dominicana de Cassinos de Jogo) e Javier Milián (CIBELAE).

Foi anunciada oficialmente a criação da Rede Latino-Americana de Jogos de Azar, uma iniciativa que reunirá associações, sindicatos e representantes do setor em mais de 18 países, incluindo Argentina, México, Colômbia, Peru, Paraguai, Brasil, Uruguai, República Dominicana, Espanha e vários países da América Central e do Caribe.

O dia terminou com a Assembleia da AIEJA e, já à noite, com uma recepção no Cassino Big Bola Santa Fe, que serviu de prelúdio para o início da GAT Expo CDMX, programada para hoje a partir das 10h (horário local) com exposição de produtos, workshops e a Cúpula das Associações LATAM.

Academia GAT CDMX 2025

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