O chefe do Executivo de Macau, Sam Hou Fai, disse que os operadores de cassinos norte-americanos não enfrentarão nenhuma ação retaliatória das autoridades locais, apesar das tensões comerciais em curso entre a China e os Estados Unidos. A declaração oferece garantias aos investidores estrangeiros no maior centro de jogos de azar do mundo.
“Os seis operadores de jogos de Macau, desde que sigam as leis e conduzam as suas atividades de forma ordenada e legal, são protegidos e apoiados pelo governo”, disse o executivo durante uma coletiva de imprensa.
A fala ocorre após uma visita de inspeção de Xia Baolong, diretor do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau, um dia após Pequim e Washington anunciarem uma trégua de 90 dias em sua disputa comercial. Pelo acordo, os EUA reduzirão as tarifas sobre produtos chineses para 30%, enquanto a China reduzirá suas alíquotas sobre importações americanas para 10%.
Metade dos seis operadores de cassinos licenciados de Macau são controlados por empresas sediadas nos EUA, incluindo a Sands China Ltd, uma subsidiária da Las Vegas Sands Corp; a MGM China Holdings Ltd, de propriedade majoritária da MGM Resorts International; e a Wynn Macau Ltd, de propriedade da Wynn Resorts Ltd.
“Empresas cumpridoras da lei — incluindo aquelas que têm investidores sediados nos EUA — não têm motivos para temer ações punitivas das autoridades locais”, afirmou Hou Fai.
O chefe do executivo também abordou a contínua dependência econômica de Macau do jogo, que continua sendo uma das principais fontes de receita da cidade. No primeiro trimestre de 2025, Macau arrecadou MOP 22,20 bilhões (cerca de R$ 14,18 bilhões) em receita fiscal relacionada ao jogo, representando 88,4% da receita total do governo. A cidade impõe uma alíquota efetiva de 40% sobre a receita bruta do jogo em cassinos.
“Nos próximos anos, será muito difícil reverter essa situação”, reconheceu, acrescentando que os esforços para diversificar a economia continuarão em linha com as diretrizes do governo central.
“Sempre buscamos atrair investimento estrangeiro, especialmente no setor de tecnologia. É por isso que quero criar um parque tecnológico em Macau”, concluiu.