A Wynn Resorts, gigante de Las Vegas no setor de cassinos e resorts de luxo, está trabalhando na construção do primeiro cassino nos Emirados Árabes Unidos, localizado em Ras Al Khaimah. Com inauguração prevista para 2027, o projeto busca atrair turistas do Oriente Médio, ampliando o potencial do país como destino global de luxo.
“Tem sido muito tranquilo. Tentamos ser muito respeitosos com as pessoas e conscientes das suas sensibilidades”, afirmou Michael Weaver, diretor de comunicações do Wynn Resorts, em entrevista à Skift durante o Arabian Travel Market.
Embora outros países árabes, como o Egito, já tenham cassinos, este será o primeiro espaço de jogos regulamentado nos Emirados Árabes Unidos, país que faz fronteira com a Arábia Saudita, centro do islamismo. A operação contará com duas áreas de jogos separadas, integradas ao novo resort da Wynn.
A Wynn aposta na forte conexão entre o público do Oriente Médio e destinos como Londres. Em janeiro, a empresa adquiriu o Crown London, clube e cassino com 20 mesas de jogo, em uma jogada estratégica para atrair londrinos e visitantes árabes ao novo resort em Ras Al Khaimah.
“Muitas pessoas do Oriente Médio vão a Londres. Seja a negócios ou para mudar o clima no verão”, explicou Weaver. “A ideia é usar esse [clube] para criar relacionamentos em Ras Al Khaimah.”
A operadora também espera atrair visitantes dos emirados vizinhos como Abu Dhabi e Dubai, ampliando a permanência de turistas no país. Segundo Weaver, o resort será programado para acomodar diferentes perfis de viajantes, com estadias que vão de um a quatro dias.
Dados apresentados pela Wynn em outubro indicam que 90% dos viajantes dos Emirados Árabes Unidos consideram a abertura do projeto aceitável. Entre os turistas dos países do Golfo (GCC), 81% demonstraram uma visão positiva sobre o novo empreendimento.
A presença da população local, que representa cerca de 10% do total dos Emirados, também foi abordada. Segundo Weaver, os moradores poderão acessar o resort, mas não terão permissão para jogar, de acordo com as diretrizes da GCGRA (Autoridade Reguladora Geral de Jogos Comerciais).
“Certamente [os moradores locais poderão entrar no resort]”, disse Weaver à Skift. “No setor de jogos, quem decide quem poderá entrar é a GCGRA. Até o momento, a GCGRA informou que os emiradenses não terão permissão para jogar. Mas em todos os outros lugares [do resort] não haverá problema.”
Apoio da família real
O projeto conta com o apoio declarado da família real de Ras Al Khaimah, que também é coproprietária do empreendimento. O presidente da Wynn Al Marjan Island, Max Tappeiner, destacou: “A família real não poderia deixar de apoiar o projeto”.
“Fomos convidados para jantar com Sua Alteza, e ele expôs sua visão para Ras Al Khaimah. É um verdadeiro privilégio fazer parte disso. Ras Al Khaimah quer se reposicionar como um destino de verdadeiro luxo e um destino imperdível em escala global", disse, segundo a Skift.
Para Tappeiner, o diferencial está na autenticidade do emirado: “Há uma sensação de autenticidade cultural que você não encontrará com frequência na região. Nós [Wynn] nos alinhamos totalmente com todos esses valores.”